Felipe Massa anunciou oficialmente nesta quinta-feira, em entrevista coletiva no circuito de Monza, que se aposentará da Fórmula-1 no final deste ano, no GP de Abu Dhabi. Na prática, porém, a despedida de fato do brasileiro, vice-campeão de 2008, pela Ferrari, foi no GP da Alemanha de 2010, no exato momento em que aceitou uma ordem da equipe italiana para jogar fora uma vitória e abrir passagem para o então companheiro, o espanhol Fernando Alonso.
No ano anterior, Massa sofreu um gravíssimo acidente no treino do GP da Hungria, no qual uma mola solta da Brawn de Rubens Barrichello chocou-se contra seu capacete. Uma batida forte na cabeça é sempre um divisor de águas na vida de um piloto. Essa é a opinião de ninguém menos que Nelson Piquet. Massa ficou fora daquele campeonato, só voltando em 2010.
E aquela vitória que ele jogou fora na Alemanha seria importantíssima para a sua recuperação emocional. Aquele gesto de Massa em Hockenheim foi emblemático. Mais: ele não tinha o direito de ter feito aquilo com ele próprio.
Depois, Massa continuou na Ferrari até 2013, se transferindo para a Williams. Ele fez um bom trabalho no ressurgimento da equipe de Frank Williams, mas andou quase sempre atrás do companheiro, o finlandês Valtteri Bottas.
Massa teve uma carreira de altos e baixos na F-1. Conquistou 11 vitórias, todas na Ferrari, a última no GP do Brasil de 2008. É muito distante! Começou na Sauber e, devido a várias batidas, foi demitido no final do ano, indo para a Ferrari para ser piloto de testes. Com a saída de Rubinho, passou a ser titular da equipe vermelha, ao lado do heptacampeão, e seu amigo, Michael Schumacher.
Em 2006, Schumacher decidiu parar, pela primeira vez, muito em função de o amigo Massa poder continuar na Ferrari. Veio então a melhor fase do brasileiro na F-1, ajudando no título do finlandês Kimi Raikkonen em 2007 e quase sendo campeão em 2008. Em 2009, com os carros com nova configuração, a Ferrari não teve um bom equipamento e Massa afundou junto, além do acidente na Hungria.
Voltou em 2010 e se conformou em ser apenas o escudeiro de Alonso, sem nunca mostrar a mesma garra e estilo de antes do acidente, a não ser no fatídico GP da Alemanha de 2010, seu último brilho na F-1 enquanto lidera a prova.