21 de janeiro de 2021 - por Daniel Dias e Gabriel Dias
O Dias ao Volante estreia a sessão “Memórias das Estradas”, sempre com um modelo que se tornou clássico entre os brasileiros. A estreia é com um ícone, o Chevrolet Opala, apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo em 1968.
O Chevrolet Opala foi um modelo fabricado pela General Motors do Brasil, sendo o primeiro automóvel de passeio feito pela fabricante norte-americana no país, produzido de 1968/modelo 1969 a 1992. O Opala foi apresentado ao público brasileiro no Salão do Automóvel de São Paulo de 1968. O design do carro tinha inspiração no alemão Opel Rekord, com estilo e mecânica norte-americanos. O Opala teve várias versões e tipos de utilização, servindo até como os primeiros bólidos da Stock Car, devidamente “empacotados” e estilizados para as pistas. O Opala foi o veículo de milhares de famílias, foi viatura da polícia e teve ainda sua “perua”, a Caravan, também de enorme sucesso. Ao lado do Fusca, o Opala é um dos automóveis mais cultuados no Brasil, sendo tratado como preciosidade por colecionadores e tendo clubes de aficionados por todo o país. No Brasil, o maior é o Clube do Opala de São Paulo, na capital paulista. No interior de São Paulo, fica o Opala Clube Mairiporã. Outro muito famoso e numeroso é o OpaLapa, enquanto o Rio Grande do Sul destaca o Metropolitano Opala Clube e o RS Opala Clube.
Com o nome de 676, o projeto de desenvolvimento do Opala demorou cerca de dois anos para a sua conclusão, sendo apresentado na abertura do Salão do Automóvel de São Paulo, em 23 de novembro de 1968, já como modelo 1969. Produzido por vinte e três anos e cinco meses em São Caetano do Sul, no ABC Paulista, o Opala passou por várias atualizações estéticas e mecânicas, sendo mantido basicamente o projeto original até o final. Na campanha publicitária de lançamento do Opala na TV, celebridades da época apareciam nos comerciais, como o jogador de futebol Rivellino e a atriz Tônia Carrero.
Versões
Opala Especial 1973 - Com o lançamento da linha Opala, foram disponibilizadas duas versões, a Standard (a partir de 1971, seria denominada Especial) e a Luxo. A Especial era a versão básica.
Opala de Luxo Sedan 1978 - A versão Luxo correspondia à mais cara da linha, com acabamento superior e cromados externos, sendo ofertados como opcionais freios a disco e teto de vinil e o motor 3800.
Opala Gran Luxo 1971 – A Gran Luxo ficava posicionada como a topo de linha, com acabamento superior ao da Luxo. A Gran Luxo tinha as opções cupê (duas portas) ou sedã, dois tipos de motor, sendo um de quatro cilindros 2500 e um de seis cilindros 3800 (que logo foi substituído pelo 4100, antes, exclusividade da versão SS, e câmbio no assoalho.
Opala SS 1971 - A versão esportiva SS (na carroceria de quatro portas) foi lançada para disputar o mercado de carros esportivos, vindo com acabamento diferenciado, como volante de três raios, rodas esportivas, painel com conta-giros (com escala até 6 mil rpm) e faixas esportivas com a inscrição “SS” nos para-lamas, sendo o destaque da versão o então novo motor 4100, bancos individuais e câmbio de quatro marchas no assoalho. O outro tipo de alavanca de câmbio ficava na barra de direção. No ano seguinte, com o lançamento da carroceria de duas portas, quase todas as unidades SS passaram a ser nessa configuração, havendo mínima produção na carroceria de quatro portas, sendo logo retirada de oferta. Em 1973, com a Crise do Petróleo, a Chevrolet lançou a versão SS4 para 1974, com motor de quatro cilindros. No ano seguinte, o motor 250-S (o mesmo 4100 mas com tuchos mecânicos) seria lançado para rivalizar com o Ford Maverick GT e o Dodge Charger R/T, os dois com motores V8.
Caravan – Em 1975, a linha Opala recebeu uma reestilização mais abrangente, lançando também a “perua”Caravan, desenvolvida a partir da variante station wagon do Opel Rekord. A Caravan tinha as mesmas opções de motores e acabamento do Opala, inclusive a SS, lançada em 1978. Ao contrário das versões do carro, a Caravan não tinha a configuração Diplomata em 1980, aparecendo apenas em 1985.
Comodoro
Opala Coupé 1980 – Em 1975, houve o lançamento de uma nova versão de luxo (em substituição à Gran Luxo) denominada de Comodoro. A versão trazia diferenciais como o interior com apliques em jacarandá, meio teto de vinil Las Vegas (exclusivo para o modelo cupê) e um filete pintado na linha de cintura da carroceria. Em 1980, a Comodoro seria reposicionada como opção intermediária na família Opala (permanecendo assim até o encerramento da produção). A topo de linha passou a ser a Diplomata.
Diplomata
Para 1980, a linha Opala passaria por uma remodelação mais profunda, assumindo formas mais retangulares no conjunto óptico dianteiro e na traseira.
O último exemplar do Opala foi fabricado em 1992, com a produção do Opala de Número 1 Milhão. Na ocasião, o encerramento da produção mobilizou vários entusiastas e fãs do modelo, que saíram em carreata nos arredores da fábrica de São Caetano do Sul, em protesto contra a retirada do modelo de linha. Uma série limitada especial do encerramento da produção do Opala foi batizada de Diplomata Collectors, fabricada em apenas três cores: Azul Millos, Preto Memphis e Vermelho Ciprius, equipadas com câmbio automático e chaveiro com inscrições douradas, trazendo uma fita VHS (de videocassete) sobre a história do Opala e um certificado assinado pelo presidente da GM do Brasil, em uma pasta de couro.
O Opala teve como sucessor o Omega, produzido no Brasil de 1992 a 1998 e depois importado da Austrália até 2012. A Caravan foi sucedida pela Omega Suprema (fabricada no Brasil de 1993 a 1996). Mas isso já é uma outra história, a ser contada pelo Dias ao Volante.