O homem volta à F-1 - Blog da Fórmula-1 de Daniel Dias - Dias ao Volante

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O homem volta à F-1

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Publicado por em F-1 ·



Cumpridas três etapas no Mundial 2016 da Fórmula-1, uma auspiciosa conjunção de fatos ocorridos no GP da China, neste domingo, dia 17 de abril, reescreve o caminho da principal categoria do automobilismo. Vimos no circuito de Xangai o homem controlando o destino sobre a máquina. A Mercedes ainda está disparada na frente, mas disto tratamos mais adiante.
O homem entra no jogo novamente com o mago projetista Adrian Newey, supercampeão com suas criações na Williams, na McLaren e na Red Bull. O inglês de 57 anos, formado em engenharia aeroespacial, nos brinda de novo com o melhor carro da temporada, o RB12, pilotado pelo australiano Daniel Ricciardo e o russo Daniil Kvyat.
A exemplo dos bólidos comandados pelo genial alemão Sebastian Vettel nos anos de 2010 a 2013, com um tetracampeonato em sequência, o carro deste ano da equipe austríaca é um primor. Para ajudar na ideia, não conta com o melhor motor da categoria. Não fosse um pneu furado no começo do GP da China, quando liderava, Ricciardo poderia ter feito frente ao vencedor Nico Rosberg. No entanto, em recuperação, o australiano fez uma prova admirável, assim como seu companheiro Kvyat, terceiro ao final da corrida em Xangai. Ricciardo veio logo atrás.
O homem continuou no jogo com a atuação de Vettel e sua Ferrari de número 5. O tetracampeão mundial usou e abusou de fazer ultrapassagens em Xangai. Melhor: as fez quase sempre fora da zona da asa aberta, ou DRS, que ajuda ao piloto de trás suplantar o da frente tirando carga aerodinâmica e tornando o carro mais rápido nas retas. Um estratagema falso, como um gol "paraguaio". Vettel, não. Vettel foi piloto, na essência. Foi homem.
Vettel desfilou sua rara técnica de pilotagem, saindo lá de trás na prova, após o russo Kvyat ter jogado sua Red Bull sobre as duas Ferrari na largada. O alemão da equipe vermelha completou a terceira etapa do Mundial em segundo. Só não podia, nem tinha tempo, para partir em perseguição ao imbatível Rosberg, ganhador das últimas seis corridas na F-1 (três no ano passado, três agora).
Pois então, voltamos à Mercedes. As temporadas da F-1 tiveram quase sempre o domínio de uma equipe. Só não aceita isso quem não quer. A história conta ciclos vitoriosos da Ferrari, da Lotus, da McLaren, da Williams, da Red Bull. Desde 2014, a vez é da prateada Mercedes patrocinada pela supercompanhia petrolífera e de exploração de gás Petronas, gigante malaia, com sede nas famosas torres duplas da capital Kuala Lumpur.
O carro da Mercedes, desde 2014, quando o regulamento trouxe de volta para a F-1 o motor turbo, desta vez, fazendo parte de uma complicada unidade de força, com propulsor a combustão, turbina e recuperadores de energia elétrica e cinética, não tem nada de especial.
Os atuais modelos da F-1 são veículos híbridos, em última análise. E nisso a fabricante alemã utilizou toda a expertise da AMG, divisão esportiva da Mercedes. Inclusive, a AMG faz parte do nome oficial da equipe de Rosberg e do tricampeão Lewis Hamilton.
A Mercedes W07, como foram suas duas antecessoras, não tem nada de mais em comparação à concorrência. Falo exclusivamente de carro. A Mercedes tem, sim, um grande motor, ou unidade de potência, como queiram! Estou indo contra os alemães? Nada disso! Palmas para eles, que souberam usufruir do novo regulamento. A bola da vez é a Mercedes, mas o homem está de volta à F-1.



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