
A FIA é uma gracinha! São velhos senhores esparramados nas finas poltronas da suntuosa sede na Praça de La Concorde, em Paris, comandando as regras e os comissários de pista do automobilismo. Veio da FIA a “grande” punição à McLaren em 2007 por ter roubado segredos do carro da Ferrari daquele ano. Zeraram os pontos da equipe e mantiveram os pontos dos pilotos no campeonato, como se os pilotos não tivessem obtidos os pontos dentro de carros considerados ilegais. Até onde se saiba, os pilotos da McLaren não correram as provas de 2007 a pé.
Neste domingo, após o GP da Itália, no qual Max Verstappen poderia ter matado Lewis Hamilton, a FIA considerou o holandês culpado pelo incidente e lhe aplicaram a “tenebrosa” pena de perda de três posições no grid do GP da Rússia, a próxima etapa da Fórmula-1. Verstappen deveria ter sido no mínimo suspenso por algumas corridas, com perda de pontos no campeonato, afinal, tirou a chance de Hamilton vencer a prova. No futebol, um time não é punido com perda de pontos e consequente rebaixamento de Divisão?
E a FIA foi ainda mais descarada no “julgamento”. Disseram os comissários: “Analisamos as causas da batida, não as consequências”. Como é que é? A quase morte de um piloto não entra no julgamento dos caras? O que salvou o Hamilton foi o Santo Halo. Sem ele, o pneu do Verstappen teria esmagado a cabeça do inglês. Mais: o Verstappen foi ainda mais cruel deixando o carro tracionando em cima do carro do Hamilton. Na Itália, casos assim no automobilismo são passíveis de prisão do culpado.
Toto Wolff, o chefe da Mercedes comparou a atitude do Verstappen a uma falta tática do futebol. “O Max sabia se o Lewis fosse à frente, teria vencido a corrida”, disse Wolff. Enquanto isso, o Christian Horner, chefe da Red Bull e conhecido por só falar besteira, não concordou com a punição das três posições mas que não entraria na Justiça para revertê-la. Confissão de culpa descarada! Sim, porque a Red Bull já trocaria o motor de Verstappen na etapa russa. Com isso, a punição de três posições vira pó.
O Dias ao Volante continuará fazendo a cobertura do Mundial de F-1 deste ano mas sob a condição de “Campeonato Suspeito”. Se Max Verstappen vencer o campeonato – pelo o que parece, a FIA assim já decidiu -, não será legitimado por nós, assim como não legitimamos o primeiro título de Michael Schumacher em 1994, ganho com uma batida de propósito em Damon Hill na Austrália. Para o Dias ao Volante, Schumacher tem seis títulos e não sete.