Já vai tarde! - Blog da Fórmula-1 de Daniel Dias - Dias ao Volante

Ir para o conteúdo

Menu principal:

Já vai tarde!

Dias ao Volante
Publicado por em F-1 ·


O que parece ser uma notícia ruim, é justamente o contrário. A Globo decidiu abrir mão da cobertura do Mundial de Fórmula-1 a partir do próximo ano. Ou seja, mostrará as corridas de 2020, dará seu prefixo e cairá fora. A rede de televisão com sede no Rio de Janeiro e a Liberty Media, dona da F-1, não entraram em acordo para a renovação de contrato. O bigodudo norte-americano Chase Carey (foto), de 66 anos, presidente da Liberty e da própria F-1, confirmou a informação quanto à retirada da Globo, que compreende também, evidentemente, os canais SporTV. Tem um monte de explicações e desdobramentos por trás dessa “desistência” global.
Na verdade, isso não aconteceu pela própria vontade da emissora carioca, que já fez cortes de salários, demitiu muitos artistas, não está fazendo suas produções de novelas, “abandonou” a Libertadores da América, não mostrou a Final da Copa dos Campeões da Uefa e muitas outras coisas mais, indicando – e aí digo, infelizmente – que seu fechamento não está nem um pouco distante. Especificamente em relação à F-1, a Globo estava “pisando na bola” há muito tempo, não transmitindo os treinos de classificação e provas que coincidiam com o Brasileirão de Futebol, além de não enviar equipe própria para os GPs, com exceção, claro, do GP do Brasil. Neste ano, a Globo sequer conseguiu vender suas seis cotas de patrocinadores, ficando apenas com cinco.
Mais verdade: a Globo não renovou o contrato com a F-1 porque NÃO CONSEGUIU, abrindo, assim, a oportunidade para que outra emissora de canal aberto no Brasil passe o Mundial a partir de 2021. Ou um canal fechado, caso, por exemplo, da Fox, que já pegou a MotoGP neste ano, ou outra emissora desse segmento. Aliás, o Brasil é o único país tradicional em transmissões ao vivo da F-1 que ainda mostra as corridas em um canal aberto. Na Europa, na América do Norte e na Ásia, as corridas são mostradas apenas na TV paga. Outro grande equívoco da emissora carioca é que o interesse do telespectador brasileiro baixou após os pilotos nacionais terem ficado de fora da luta por títulos e até mesmo do grid. A F-1 tem um público específico no Brasil, e essas pessoas permanecem ligadas à principal categoria do automobilismo com a mesma atenção e fidelidade, não importando se não tem brasileiro na disputa pelo título ou por vitórias.
O circo da F-1 é o esporte mais rico do planeta. E ficou ainda mais milionário com a entrada dos norte-americanos da Liberty. Ao contrário da Fifa e de outras grandes entidades do esporte, a Fórmula-1 sempre teve um dono, rechaçando, assim, a corrupção, que quase acabou com a mandatária internacional do futebol. Bernie Ecclestone – apesar de todos os senões éticos contra o velho britânico - construiu a F-1 como conhecemos e mandava nela porque era seu dono. Agora, o dono é a Liberty. A F-1 tem dono como tantos esportes milionários tem, como a NBA (basquete), a NFL (futebol americano), a Indy, a Nascar, a Uefa e a Premier League, a liga do maior campeonato de futebol nacional, o da Inglaterra.
A Globo sempre foi a marca da F-1 para o Brasil. Mas, não se preocupem, a sua saída de cena é notícia boa! Fiquem tranquilos!



Sem comentários

Voltar para o conteúdo | Voltar para o Menu principal