Quem entende de Fórmula-1 - Blog da Fórmula-1 de Daniel Dias - Dias ao Volante

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Quem entende de Fórmula-1

Dias ao Volante
Publicado por em F-1 ·



Todos que me conhecem desde os tempos do jornal Zero Hora, no qual tive a maior honra de fazer parte, sabem que eu jamais pensei em ser o dono da verdade, falando de Fórmula-1 ou de qualquer outro assunto. Mas tem horas que as coisas enchem o saco! Existe muita gente, especialmente no Brasil, mais precisamente um site com pretensões e nome ligado a GP (Grande Prêmio, como ficaram conhecidas as corridas da principal categoria do mundo), que falam sobre o assunto e inventam notícias simplesmente para “vender jornal” ou pela mais completa ignorância. Acompanho muito de perto a F-1 desde 1972, vi todas as transformações pelas quais a categoria passou até ser catapultada à condição de maior esporte da Terra pelas mãos absolutamente competentes do muito suspeito Bernie Ecclestone, além de ter lido atentamente o livro biográfico editado com autorização do baixinho inglês “Não Sou um Anjo” – frase, aliás, dita pelo próprio Ecclestone para seu biógrafo -, e até ser assumida pela norte-americana Liberty Media, uma empresa de comunicação e entretenimento que acerta em tudo, preservando todos os acertos feitos por Ecclestone e corrigindo coisas pontualmente, a principal delas, ter aberto a categoria para a internet, coisa que o velho Bernie desconhecia existir.
Modéstia à parte, sei como as coisas funcionam nos bastidores da F-1. Só para citar um exemplo, há poucos dias, esse site brasileiro publicou que a Mercedes estaria deixando a F-1 depois de 2021. Imediatamente, disse para o Gabriel, meu filho e sócio aqui no site Dias ao Volante, só uma palavra: “bobagem”! Nesta quarta, o jornalista Lawrence Barretto, ligado ao site oficial da Fórmula-1, detalha certinho sobre o que foi acordado do Novo Pacto de Concórdia (e a maioria não sabe de onde vem esse nome “Corcórdia”), que deve ser assinado sempre por todas as equipes da categoria para poder ir adiante. Se uma não assinar, nada feito! O nome vem da Place de la Corcorde, ou Praça de la Concorde, localizada bem ao centro de Paris e no começo da Champ Elysses, icônica avenida da Cidade Luz. Em uma das fotos aí de cima, a sede da FIA é no suntuoso prédio à esquerda, ao fundo do Obelisco “afanado” do Egito. Pois bem, é nesse prédio que os pactos de Concórdia são assinados. Então, deixo vocês com o Lawrence, ele explica certinho o que está acontecendo e como serão os próximos cinco anos na F-1. O resto, é bobagem.

“Depois de meses e meses e meses de discussões e deliberações, as 10 equipes da F-1 já concordaram com os termos de um novo documento, conhecido como Acordo Concorde, que as vincula ao campeonato mundial por mais cinco anos. Aqui está o que isso significa para o esporte.

O que é o Acordo Concorde?
É um contrato entre a Fórmula-1, órgão regulador da FIA e as equipes que desejam disputar o Mundial. O acordo, entre outras coisas, é um documento comercial que define como as receitas televisivas da F-1 e os prêmios em dinheiro serão distribuídos - e estava definido para expirar no final do ano.

Quanto tempo dura?
O último Acordo Concorde será executado por um período de cinco anos, de 2021 a 2025, e é o primeiro concluído pelos novos proprietários da F-1, a Liberty Media, liderada pelo CEO Chase Carey. Ao assinar o documento, cada equipe se compromete com esse período, dando estabilidade a quem comanda o campeonato mundial, mas também as equipes, seus quadros e seus parceiros.

Por que esse novo acordo é significativo?
Os chefes da Fórmula-1 estão ansiosos para construir uma base sólida para garantir o futuro do campeonato em longo prazo. Um novo limite de orçamento revolucionário a ser introduzido no próximo ano, juntamente com novos regulamentos técnicos abrangentes e um novo conjunto de regras esportivas chegando, foram os primeiros passos.
Um novo acordo comercial, que visa reduzir as disparidades financeiras entre as equipes, nivelar o campo de jogo e fechar a lacuna de desempenho no caminho certo, é a próxima parte desse processo.

Por que demorou tanto?
A pandemia Covid-19 criou dificuldades em, então o foco estava em fortalecer o esporte e as equipes no prazo imediato, com as negociações do Acordo Concorde colocadas em segundo plano. Os desafios que o vírus trouxe serviram como mais um lembrete de que algo precisava mudar, portanto, assim que o campeonato reiniciasse, as negociações do acordo comercial também poderiam.
Mas as equipes de Fórmula-1 são empresas, então sempre será complicado quando o dinheiro é um ponto de negociação. Mudando a forma de distribuição do prêmio em dinheiro, era inevitável que algumas equipes ficassem felizes - pois receberiam uma parcela maior - e outras menos, pois teriam uma fatia menor. E assim as conversas demoraram muito. Em Silverstone, isso fez com que alguns chefes de equipe expressassem sua frustração com os rivais que pareciam estar impedindo o progresso.
Mas, em última análise, como têm feito cada vez mais nos últimos meses, todos os interessados encontraram uma forma de se reunir e chegar a um acordo sobre o documento, o que concordaram a tempo do prazo inicial - que trouxe um pequeno incentivo financeiro - de 18 de agosto.

O que isso significa para a F1?
Com as 10 equipes inscritas para os próximos cinco anos e os regulamentos e limite de custo definidos, a Fórmula-1 pode finalmente embarcar em uma nova Era. Esse acordo lava as especulações de que algumas equipes, como a Mercedes, poderiam não ficar por aqui.
Ele também destaca o comprometimento de equipes como a Haas, cujo dono Gene Haas estava avaliando se deveria se comprometer com a F-1 por mais cinco anos. Ele estava entre os mais expressivos na exigência de maior paridade. Em parte, ele conseguiu seu desejo.
A esperança agora é que todas as equipes de F-1 possam desenvolver-se em operações robustas financeiramente e, ao mesmo tempo, fechar o pacote em termos de competitividade, o que pode, por sua vez, melhorar o espetáculo da corrida.”



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