

Fernando Alonso surpreendeu o circo com o anúncio nesta quarta-feira de que não participará do GP de Mônaco (sacrilégio) para competir nas 500 Milhas de Indianápolis. Inicialmente, duas coisas fortes a considerar: a McLaren e a Honda jogaram a toalha na Fórmula-1 e o espanhol realizará seu antigo sonho, o de participar das famosas 500 Milhas, que ao lado do próprio Mônaco e das 24 Horas de Le Mans compõem a Tríplice Coroa do Automobilismo.
Com 35 anos e um futuro próximo obscuro na F-1, Alonso vai em busca de um prazer pessoal. O espanhol correrá na equipe Andretti, capitaneada pelo maluco de amarrar em poste Michael Andretti, com o apoio da McLaren e da Honda, fornecedora de motores também da equipe norte-americana.
Como se sabe, as 500 Milhas faziam parte do Mundial nos anos 50, os primeiros da F-1. Porém, embora contasse pontos para o campeonato e para o ranking de vitórias, a prova era disputada praticamente por pilotos norte-americanos, com carros da Indy. Por isso, aparecem vários nomes de pilotos de lá nas estatísticas da F-1 com apenas uma vitória. Eles participavam apenas das 500 Milhas.
A famosa corrida dos EUA sempre atraiu as atenções dos pilotos internacionais, com bons exemplos, como Emerson Fittipaldi, Mario Andretti, Jim Clark, Graham Hill e Nigel Mansell. Em 92, ela chamou a atenção de Nelson Piquet. E aí vai meu principal temor pelo Alonso: o extremo risco que essa prova representa, em especial para os não acostumados com suas características.
O próprio Piquet chegou à Indianapolis cheio de banca, detonando os tempos e se mostrando um dos grandes favoritos para a vitória nos treinos livres. Só que a pista de Indianapolis é extremamente diferente de tudo e absolutamente traiçoeira. O menor descuido ou defeito mecânico (caso do acidente de Piquet) terminam em batida no muro, sempre a enormes velocidades.
Piquet bateu quase de frente, depois de rodar, na curva da entrada da reta principal. Terminava, de fato, ali a carreira do tricampeão. Nelson teve o pé esquerdo destruído, com múltiplas fraturas, além de outras escoriações pelo corpo e o risco de morte. Foi salvo pelo médico Terry Trammell, do experiente Hospital Metodista de Indianápolis, especializado neste tipo de acidente e suas consequências. Ao mesmo tempo em que é mitológica, as 500 Milhas é um açougueiro.
Alonso, boa sorte! Mas vai com calma! Desde que você manifestou sua preferência pela estonteante Charlize Theron, nós aqui do Blog estamos intimamente ligados a você.