

Independentemente de preferência com algum clube de futebol, o que a FIFA fez no final desta semana, espalhando a bobagem que não reconhece os times campeões do mundo antes de 2000, não beira o patético. É totalmente patético! O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Jr., talvez tenha sido o que mais bem definiu a situação: "o campeonato Intercontinental disputado antes de a FIFA assumir a competição é o que tinha na época para definir o campeão mundial. E ninguém pode ser punido por isso". Ótimo, Romildo!
Passando para a nossa seara: o Mundial de Fórmula-1 começou a ser disputado em 1950. Se fosse transferida para o automobilismo a decisão da FIFA, uma entidade mergulhada na lama por todos os cantos, só reconheceria como campeão mundial o piloto que competiu a partir de 1950 vencendo o campeonato, no caso, o italiano Nino Farina.
Só que, assim como no futebol antes de 2000, a história das pistas registra pilotos campeões mundiais antes de 50. O maior deles é o italiano Tazio Nuvolari (foto), nascido na cidade de Casteld'Ario em 16 de novembro de 1892 e morto em 11 de agosto de 1953. A lenda não competia mais quando veio o Mundial de F-1 porque já estava extremamente doente, resultado em especial por ter respirado gases dos escapamentos de carros em uma época na qual os pilotos não tinham proteção alguma. Além de estar velho para competir. A literatura das pistas aponta que Nuvolari foi o maior piloto de todos os tempos.
Pois bem! Como o presidente do Grêmio disse, os campeonatos que o Tazio – e todos seus companheiros de profissão da época – tinha para chegar ao título mundial eram aqueles, daqueles tempos.
Se Nuvolari ainda estivesse entre nós, alguém teria coragem de dizer que ele não era campeão mundial? E alguém terá coragem de dizer agora que Pelé, Charlton, Zico, Platini, Raí, Renato Portaluppi e tantos outros craques não são campeões do mundo?
Presidente da FIFA Gianni Infantino (outra foto), vá pentear macaco ou a si próprio, vai! Bem, a si próprio seria ainda mais bizarro...